Eu sou os campos sozinho, no ar sedento do sol A pele seca ardente, sereno, poeira, pó Eu sou a cerca de arame tranca do meu passar Prisioneiro entre ela, eu vivo só pra te amar Ói fiz um feixe de pau, com os galhos do gravata A montaria cansada, vilarejo, viajar Mas meu segredo é pequeno, são duas palavras sim Uma é de gostar de mato, outra é de ter tu pra mim
Nessa terra Diamantina, segredo de dois querer O povo lutando muito é rebentar pra viver Os rios correndo sóbrios, levando as folhas que caem É o pilão da muié, seio cheio de torpor Garimpeiro desse cerra levando nos braços a dor Vê os gaios da caiçara, já começou despencar E o beija-flor fica tonto de tantas rosas cheirar E as águas que vão descendo que leva um ramo de flor Que silencia m?nhalma, no vento vem meu amor Mas vejo tudo sozinho, você não sabe quem sou Florestas aí campos verdes quem foi que te enveredou Foi teu amor natureza que nunca mais te deixou
Sou um tropeiro errante no ermo triste da relva Toco tropa noite dia, nasci no topo da serra Caminheiro diamantino nunca que fica sozinho Pois quando deixa a muié, ela reza pra vortar Nesse tempo ele fica com a estrada, com campo e com ar Mas que fizeste de mim de tão pequeno que sou Os sonhos que me embalavam, brisa de vento levou Só levo o os sob a roupa, carne seca na capanga O enrugamento na pele e a tristeza da manga Undereo, undererereo, underererreo
Compositor: Ivan Alves Soares (Ivan Soares) ECAD: Obra #239604 Fonograma #699047