Ivan Souza
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Cama de Tarimba

Ivan Souza


Saudade às vezes marca com profundas cicatrizes
Por isto em alguns momentos nos sentimos infelizes
Não dá para ver na pele, está gravado na alma
Um vendaval de lembranças
Que não tem nada que acalma
Nosso ranchinho de palha, de modelo duas águas
Nossa cama de tarimba feita sobre oito tábuas
Mesmo assim sem conforto, era um lugar encantado
Onde a gente dormia juntinho, amontoado

Em uma infância vivida na inocência mais doce
Já nos fazia felizes vivendo do jeito que fosse
E pra fazer os brinquedos, sabugo de milho era usado
As vaquinhas de xuxú era o rebanho de gado
Em meio a tanta a alegria tantos gritos, risadas
E às vezes o silencio daquelas horas passadas
Brincando tão sossegados sob uma velha mangueira
Esse era meu mundo, viver era a brincadeira

Num caminhão pau de arara, lembro a nossa partida
Papai arrumando nas trouxas o que a gente tinha na vida
Como eu era pequeno, não conseguia entender
Mas minha cara assustada, só perguntava porquê?
Mamãe trazia um sorriso na hora de nos falar
Noutra cama de tarimba nunca mais vão deitar
Seguindo nosso destino rumamos pra outro lugar
Num dia frio de inverno partimos, partimos do paraná!

Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar)
ECAD: Obra #10916675 Fonograma #30752023

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