Saudade às vezes marca com profundas cicatrizes Por isto em alguns momentos nos sentimos infelizes Não dá para ver na pele, está gravado na alma Um vendaval de lembranças Que não tem nada que acalma Nosso ranchinho de palha, de modelo duas águas Nossa cama de tarimba feita sobre oito tábuas Mesmo assim sem conforto, era um lugar encantado Onde a gente dormia juntinho, amontoado
Em uma infância vivida na inocência mais doce Já nos fazia felizes vivendo do jeito que fosse E pra fazer os brinquedos, sabugo de milho era usado As vaquinhas de xuxú era o rebanho de gado Em meio a tanta a alegria tantos gritos, risadas E às vezes o silencio daquelas horas passadas Brincando tão sossegados sob uma velha mangueira Esse era meu mundo, viver era a brincadeira
Num caminhão pau de arara, lembro a nossa partida Papai arrumando nas trouxas o que a gente tinha na vida Como eu era pequeno, não conseguia entender Mas minha cara assustada, só perguntava porquê? Mamãe trazia um sorriso na hora de nos falar Noutra cama de tarimba nunca mais vão deitar Seguindo nosso destino rumamos pra outro lugar Num dia frio de inverno partimos, partimos do paraná!
Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar) ECAD: Obra #10916675 Fonograma #30752023