Nas minhas andanças eu tive a honra Nos dias de hoje aqui encontrar Notável pessoa assim tão marcante Dos poucos que podem me testemunhar Que um dia um carreiro ele foi de verdade Ofício em que pôde a família criar E pediu que fosse de meu próprio punho Os escritos da história que ia contar
Falou das passagens de sua infância De quando ali se tornou um rapaz Da roça de toco sendo cultivada Onde se plantavam belos milharais De campos, cerrados e matas nativas Que pensa que hoje nem existe mais Falou ter andado naquelas estradas Encostas e serras com seus pedregais
Usou de firmeza ao falar sobre as juntas O nome de todos ainda lembrou De inúmeras vezes que uma tiradeira e A canga dos bois ele colocou De como a chaveia com as mãos calejadas No seu tamoeiro então engatou E agora o ajoujo só prende a saudade Com a realidade do que lhe restou
De olhos fechados fiquei por segundos O tempo pra mim pareceu ir além Chorei ao ouvir-me contar dos lugares Que ele recorda assim como ninguém Do adeus que ele deu à boiada carreira Com a voz embargada me falou também Da casa ficando distante na estrada quando Ele partiu da fazenda muquém!
Chorei ao ouvir-me contar dos lugares Que ele recorda assim como ninguém Da casa ficando distante na estrada Quando ele partiu da fazenda muquém!
Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar) ECAD: Obra #11546044