Revirando os pertences no velho baú De coisas antigas que tenho guardado Meu filho encontrou em meio aos papéis O velho retrato, já tão desgastado Pegando nas mãos esta fotografia Senti reviver todos meus sentimentos Lembrando o passado naquele instante Parece às horas voltarem no tempo
Na foto um formão eu pude distinguir Serrote, a enxó, e um velho machado Ao lado de um tronco de jacarandá O marcado semblante de alguém já cansado Falei ao meu filho das minhas origens Histórias dos tempos dos meus ancestrais De que meu avô tinha sido carreiro No solo sagrado de minas gerais
Talhava em madeira as peças do carro Ofício que um dia ensinou a meu pai Deixando pra trás incontáveis montanhas Rumando ao vizinho estado de goiás A mudança arrumada na mesa do carro As rodas pesadas cortando a estrada Trazendo gravada a lembrança na mente Saudades daquela antiga morada
Eu levo nas veias herança passada De quem preservou a nossa tradição E com propriedade ensino ao meu filho O que foi o canzil, fueiro e o cambão A canga por sobre o pescoço dos bois O chumaço fazendo o eixo cantar Que conte ao meu neto um dia essa saga Quando para o céu, nosso pai me levar!
Que conte ao meu neto um dia essa saga Quando para o céu, nosso pai me levar!
Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar) ECAD: Obra #14321114