Ouvi cantar ao longe a siriema na melodia que o sertão me traz Então eu quis falar em um poema Da bela terra que foi de meu pai Ribeirão sujo foi aqui um dia Que em suas margens fiz o meu quintal A nossa casa ergui de alvenaria Cerquei piquetes e fiz o curral
Criei raizes como um sertanejo Dos meus estudos cheguei abrir mão Pois era sempre esse o meu desejo De estar de volta e cuidar do chão Ribeirão sujo são tantas histórias Que em suas margens já posso contar Leve em teu leito cheio de memórias Estes meus versos pra outro lugar
Quero dizer da água cristalina Que desce a serra sempre em profusão Vem lá do alto ao jorrar da mina Que é preservada com dedicação Falar também de outra formosura Daquela pedra que é magistral Até parece ser uma escultura Que Deus mandou pra ser um seu sinal
Falo da terra que é de primeira De matas virgens pra se admirar Aqui ainda tem muita aroeira Tem muito cedro e o jacarandá Gosto de ver a forma do relevo Fazendo ondas na verde pastagem Se eu pudesse era o meu desejo Estar aqui pra toda eternidade
Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar) ECAD: Obra #10916696