Ivan Souza
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Ribeirão da Pedra

Ivan Souza


Eu entendo e não fiquei magoado
Quando um amigo veio pra me perguntar
Porque não vendo meu pedacinho de terra
Se não espero muito lucro do lugar
E no momento que me fez esta pergunta
O meu desejo foi apenas lhe explicar
Eu sei que ele não entende o sentimento
E os motivos que me prendem ao lugar

Daquela terra que já foi nossa fazenda
Um dos pedaços que ainda resta é o meu
Tendo passado por muita dificuldade
A grande parte o meu velho pai perdeu
E por no banco ele ter financiado
Todo cerrado me lembro que ele vendeu
E a imagem que retrata estas pastagens
É a verdade que entristece o peito meu

Por tantas vezes à cavalo com meu pai
No seu tordilho e eu montado no alazão
A nossa tralha de arreio pobrezinha
Lembro que a minha nem estribo tinha não
A estradinha onde a gente cavalgava
Em poucos pontos nos mostrava o ribeirão
E hoje em dia foram tantas derrubadas
Que em suas margens já existe a erosão

Margem da pedra onde fiz minha morada
Lá na beirada onde deságua a solidão
A correnteza leva junto minha mágoa
Que vai rodando misturada com a paixão
Eu sou um rei e aqui me sinto coroado
Não tem dinheiro que me ofereçam não
Pois não importo se a minha terra é fraca
Ela é o reino que me dá satisfação!

Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar)
ECAD: Obra #16774561

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