Eu entendo e não fiquei magoado Quando um amigo veio pra me perguntar Porque não vendo meu pedacinho de terra Se não espero muito lucro do lugar E no momento que me fez esta pergunta O meu desejo foi apenas lhe explicar Eu sei que ele não entende o sentimento E os motivos que me prendem ao lugar
Daquela terra que já foi nossa fazenda Um dos pedaços que ainda resta é o meu Tendo passado por muita dificuldade A grande parte o meu velho pai perdeu E por no banco ele ter financiado Todo cerrado me lembro que ele vendeu E a imagem que retrata estas pastagens É a verdade que entristece o peito meu
Por tantas vezes à cavalo com meu pai No seu tordilho e eu montado no alazão A nossa tralha de arreio pobrezinha Lembro que a minha nem estribo tinha não A estradinha onde a gente cavalgava Em poucos pontos nos mostrava o ribeirão E hoje em dia foram tantas derrubadas Que em suas margens já existe a erosão
Margem da pedra onde fiz minha morada Lá na beirada onde deságua a solidão A correnteza leva junto minha mágoa Que vai rodando misturada com a paixão Eu sou um rei e aqui me sinto coroado Não tem dinheiro que me ofereçam não Pois não importo se a minha terra é fraca Ela é o reino que me dá satisfação!
Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar) ECAD: Obra #16774561