Ivan Souza
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Terra Molhada

Ivan Souza


Eu não me canso de ver quando começa chover
No meu pedaço de chão
E só trovejar primeiro vejo logo meus carneiros
Já correr pro barracão
Tem às vezes alguns dias que ela vem de ventania
Que até deita o colonião
Após o mormaço ardente que vem dessa tarde quente
Derramar em profusão

Bem do lado da soqueira escorei
As bananeiras que já tão em produção
É pra protejer os cachos
As galinhas vão pra baixo do assoalho do galpão
A que agora tem pintinhos coloquei bem
Com jeitinho lá debaixo do fogão
Correndo mariazinha pega as roupas
Que já tinham secado com o calorão

A força da enxurrada descendo cortando
A estrada vai derrubando torrão
Em meio essa acumulada, tem garrancho
E folharada, rodando pro ribeirão
A enchente que vem dela chega pular na pinguela
Mas ela não roda não
De um lado estaqueada e do outro é amarrada
No pé de barbatimão

Não tem nada igual sentir esse cheiro
Agora vir da terra que foi molhada
Depois do aguaceiro saio pra ver o tropel do baio
Correndo em disparada
Os passarinhos cantando, a porcada
Já fuçando a grama toda encharcada
Quando a chuva no horizonte vai sumindo
Atrás dos montes numa viagem sagrada!
Quando a chuva no horizonte vai sumindo
Atrás dos montes numa viagem sagrada

Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar)
ECAD: Obra #16774538 Fonograma #30752054

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