Eu não me canso de ver quando começa chover No meu pedaço de chão E só trovejar primeiro vejo logo meus carneiros Já correr pro barracão Tem às vezes alguns dias que ela vem de ventania Que até deita o colonião Após o mormaço ardente que vem dessa tarde quente Derramar em profusão
Bem do lado da soqueira escorei As bananeiras que já tão em produção É pra protejer os cachos As galinhas vão pra baixo do assoalho do galpão A que agora tem pintinhos coloquei bem Com jeitinho lá debaixo do fogão Correndo mariazinha pega as roupas Que já tinham secado com o calorão
A força da enxurrada descendo cortando A estrada vai derrubando torrão Em meio essa acumulada, tem garrancho E folharada, rodando pro ribeirão A enchente que vem dela chega pular na pinguela Mas ela não roda não De um lado estaqueada e do outro é amarrada No pé de barbatimão
Não tem nada igual sentir esse cheiro Agora vir da terra que foi molhada Depois do aguaceiro saio pra ver o tropel do baio Correndo em disparada Os passarinhos cantando, a porcada Já fuçando a grama toda encharcada Quando a chuva no horizonte vai sumindo Atrás dos montes numa viagem sagrada! Quando a chuva no horizonte vai sumindo Atrás dos montes numa viagem sagrada
Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar) ECAD: Obra #16774538 Fonograma #30752054