Venho assobiando no lombo desta rosilha Vem que é uma gata quase nem pisa no pasto De cacho atado e o poncho moldando o basto Nesta crioula que deixei pra minha encilha
E nas distâncias despachando um trote lindo Com a liberdade abanando franja e crina É quase um sonho pra quem vai rever a china Das tardes grandes pelas folgas de domingo
(num rancho pobre surge uma flor na janela Razão dos sonhos que alimentam meu viver
Trigueira linda, naco de luz, bem querer Meu coração já fez morada pra ela) É muito pouco, quase nada a dividir Léguas de apego, povoadas de amor e vida Velar teus sonhos nas madrugadas compridas Beijar teus lábios nas auroras que hão de vir
Vejo os teus olhos no remanso das aguadas Sinto o teu cheiro na florada do varzedo Quem sabe um dia hás de sorver meus segredos Na luz de um catre bordado de madrugadas
Compositores: Frutuoso Luiz de Araujo (Frutuoso Araujo), Jairo Alvino Fernandes (Jairo Fernandes) ECAD: Obra #221544 Fonograma #989545