Os ventos sabem do verde na tua copa cinzenta E da lua quando cheia prateando tua ramagem Meu velho açoita-cavalo parece que está partindo Quando o sol quase caindo vem espichar tua imagem
Quem te plantou nesta terra, sabia tua semente E tua intenção copada de ser sombra de verão Quem te deu planos de terra nesta razão mais fecunda Pra ter raízes profundas, enraízadas neste chão
É tempo de um barreiro erguer rancho em tua copa Com barros recém pisados dos cascos da cavalhada Chegou tarde a primavera, chuva depois da estiagem E se pintou na paisagem, com flores amareladas
Solito bebes a sanga do lado esquerdo do rancho E recebes as abelhas sem se importar de onde vem Canta milongas de vento quando lhe dobram os braços E segue buscando espaço, que o céu inteiro não vê
Do alto de tua copa, o pago é bem mais distante E a cena das despedidas bem na porta do galpão Tem açoite nos seus galhos, que se abrem desparelhos Que viram cabo de relho, tentando impor a razão
Açoita-cavalo antigo de copas cinzas prateadas Ouve cantar em seu nome um verso dizendo assim Não deixe igual outros tantos, que cruzaram este caminho Passando a vida sozinho, mas sombreando ela pra mim
Compositores: Jari Lourenzo Terres Junior (Jari Terres), Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira) ECAD: Obra #13428964 Fonograma #24695098