Domei um baio cebruno Pra "pecha" um temporal De caráter duvidoso Mescla de açúcar com sal Com vinte e um dias de rédea Já "escumava" no bocal Volta e meia ele sacode Meu paysandu oriental
Parece diabo se inventa Se "arrastá" meio por farra Outrora me largou manco Vendendo tudo minhas garras Mostra a pimenta dos "zoio" Enruga o lombo e dispara E esquece o mundo berrando Manoteando a própria cara
Por isso chamo aluado Alma de fraco ou de forte É tigre fora da jaula Toreando a vida com a morte Coiceia a sombra do cusco Se o relho canta sua sorte E muda junto com a lua Nos dias de vento norte
De vez em quando é um cachorro Do andar das minhas crianças Larga num trote pro campo Sereno até na sua estampa Se assusta com as carqueja Que com o vento balança E tenteia a bóia do dia No cocho da vaca mansa
Quem olha o baio cebruno Cortando várzea no meio Pisando o pasto nativo Com as quatro patas de esteio Por certo chama a atenção Meu pingo jogando o freio Que domei nessa fronteira Pra ser querência do arreio
Por isso chamo aluado Alma de fraco ou de forte É tigre fora da jaula Toreando a vida com a morte Coiceia a sombra do cusco Se o relho canta sua sorte E muda junto com a lua Nos dias de vento norte
Compositores: Jari Lourenzo Terres Junior (Jari Terres), Fernando de Souza Soares (Fernando Soares) ECAD: Obra #5969287 Fonograma #1891566