Eu que nasci num galpão Por entre um cheiro de garras Tive por sinuelo a Dalva E os ruflos de um redomão Fazendo uma oração Pra um batismo meio cru Talvez por isso retorne Fui sempre o mesmo xirú...
...Eu hoje amanheci Com as retinas na querência Sentindo a clarividência Que o lombilho proporciona Minha alma se emociona Quando a pampa aparece O sonho bom se arrefece, E a verdade vem à tona.
Sou outro no mesmo eu Sou mais pampa e menos povo Me apego e me comovo Pelos grotões do meu pago Cevando no meu amargo A doçura da essência Se reveste de querência O bagualismo que trago.
E quando eu estendo a vista Entre coxilhas e várzeas Repassando nas guitarras O meu eco mais profundo Recordo meu velho mundo Que já nasceu de a cavalo E me legou de regalo Esse canto topetudo.
E no compasso das chilenas Recordo as tolderias Os vícios e as pulperias Os dialetos de galpão Na mesma comunhão A domingueira bem querença Reafirmando a crença Desses filhos de galpão.
Se acendem velhas patriadas Nas fumaças do horizonte Neblina que junto aos montes Com minha alma enfeitiçada Por isso eu amanheci Com a ventana arregaçada Sentindo cheiro de pastos Pelas grotas e canhadas.
Compositores: Severino Rudes dos Santos Moreira (Severino Rudes Moreira), Jari Lourenzo Terres Junior (Jari Terres Jr.), Marco Antonio Gotuzzo Antunes (Xiru Antunes) ECAD: Obra #152031 Fonograma #1605101