Jhef
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Não Para

Jhef


Não para, não para, não para de cantar
Pra não para, não para, não para de sonhar
Não para, não para, não para de lutar
E não cala, não cala, não pode se entregar

Há sim, já pensei em para de canta
Mas como é que diz pra um coração para de se inspirar
Se fosse só pela luxúria, eu não ia rimando
Muito lixo sem essência a mídia ta comprando
Eu sei que muita gente não liga e nem dá valor
Mas sou da ética que musica é feita com amor
Meu rap é meu refúgio, meu resgate da ilha
Sei que nele sou bem mais que pegadas nessa trilha
E sei que alguém sente o efeito e se livra do tédio
Homem vazio vende doença, eu vendo remédio
O pobre de espírito é bem mais sucedido
Ostenta-se um castelo, interior desnutrido
Vida melhor eu quero sim, mas pra compartilhar
Dinheiro sem liberdade nem compensa ganhar
Se eu não pode senta com meu violão na calçada
Faze churrasco com família contando piada
Ou simplesmente da um role a pé na quebrada
Sem segurança pra minha vida não ser tirada
Uma vida melhor pra mim pra quem amo me empenho
Não pra massagear o ego mostrando que eu tenho
A mão vai escreve, a boca vai canta
Mas as palavras do meu som a alma vai ditar

Interlúdio: involuntariamente eu não consigo parar
A mão escreve a alma dita pra boca cantar

[refrão]

Quem de alma canta o mal e a tristeza espanta
Contagia a alma e alta estima levanta
Meu som é meu desabafo meu empurrão dano força
Como trabalho firmão, mas a visão não distorça
Porque o mundão ta macabro, e tudo é bem passageiro
Se nem pisco vem 40 e já branquia o cabelo
A noite é uma criança arteira e sem juízo
Muitos num sabe curti, num volta e leva o sorriso
Monstro pago de railander e nesse ai nem me iludo
Abre o zoi japonês, ou quem é seu ta de luto
Pra que paga de marrudo, forçando a picadinha
Se contracena o vilão, mas a estrela num brilha

Visa mais família, o bem mais precioso
Não planta união, mais cole solidão teimoso

Ouro de tolo é perecível e vai de mão em mão
É ruim vê mãe segurando alça de caixão
É a lei natural e pra semente quem vai
Mas fica bonitin fio num tenta sê gedae
Crime é falso, arrasta, quem se entrega
Se pode até segui na linha, mas o trem te pega
De segunda a segunda eu pico meu cartão
Esse é meu salve no rap dias melhores virão

Interlúdio
Involuntariamente eu não consigo parar
A mão escreve a alma dita pra boca cantar

Compositor: Jefferson Geraldo Cano (Jhef)
ECAD: Obra #16236554 Fonograma #15081313

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