Estrada de chão o seu tempo se foi Cadê a peonada, poeira e bois? Cobriram de preto a estrada de chão E mais preto é o luto do meu coração
O passado morreu só ficaram lembranças E morre comigo a doce esperança Que ainda se ouvir, nas encruzilhadas Um berrante tocando, chamando a boiada
Grita o peão, uei boi Na estrada de chão, vai boiada
Alegres pousadas com meus companheiros De a muitos janeiros não sei onde estão Cadê Ferreirinha, João boiadeiro Gonzaga Mineiro e o negro Tião
Que arriscavam a vida em cima do arreio E em todo rodeio chamavam atenção Seus nomes famosos ficaram pra história Passados e glórias da estrada de chão
E grita o peão, ei boi Na estrada de chão, vai boiada
Meu par de esporas meu laço e arreio Que a tempos no meio das traias guardei Meu veio berrante que enfeita a sala E ao lado as medalhas que colecionei
Meu cavalo baio, relincha no pasto Sentindo o cansaço que o tempo lhe fez E a passarada alegra o sertão Gorjeiam cantigas da estrada de chão
E grita o peão, uê boi Na estrada de chão, vai boiada
Compositor: Aurelino Bispo de Miranda (Aurelio Miranda) ECAD: Obra #17334 Fonograma #10399420