Seu moço quer saber, eu vou contar num baião Minha história pra o senhor, seu moço, preste atenção
Eu vendia pirulito, arroz doce e mungunzá Enquanto eu ia vender doce, meus "colega" iam estudar A minha mãe, tão pobrezinha, não podia me educar A minha mãe, tão pobrezinha, não podia me educar
E quando era de noitinha, a meninada ia brincar Vixe, como eu tinha inveja, de ver o Zezinho contar: - O professor raiou comigo, porque eu não quis estudar - O professor raiou comigo, porque eu não quis estudar
Hoje todos são "doutô", eu continuo joão ninguém Mas quem nasce pra pataca, nunca pode ser vintém Ver meus amigos "doutô", basta pra me sentir bem Ver meus amigos "doutô", basta pra me sentir bem
Mas todos eles quando "ouve", um baiãozinho que eu fiz Ficam tudo satisfeito, "bate" palma e "pede" bis E diz: João foi meu colega, como eu me sinto feliz E diz: João foi meu colega, como eu me sinto feliz
Mas o negócio não é bem eu, é Mané, Pedro e Romão, Que também "foi" meus colegas, e "continua" no sertão Não puderam estudar, e nem "sabe" fazer baião Não puderam estudar e nem "sabe" fazer baião