João Ferreira e Ferreirense

Amigo Verdadeiro

João Ferreira e Ferreirense


Boiadeiro estava em viagem
Esse fato lhe aconteceu
Sem querer entrou numa briga
A polícia chegou e prendeu

Boiadeiro foi em cana
Sua boiada sumiu
Seus companheiros de viagem
Nunca mais ninguém não viu

Mas seu cachorro campeiro
Por nome de Ventania
Acompanhou seu patrão
Até a delegacia

Boiadeiro foi preso somente
Pra fazer uma averiguação
Seu cachorro do lado de fora
Muito atento vigiava o portão

A coisa ficou foi preta
Naquela delegacia
Quem chegava não entrava
Quem estava não saía

O cachorro de plantão
Abalou toda a cidade
Mas somente ele queria
Seu patrão em liberdade

Delegado muito furioso
Pra contornar a situação
Ordenou para um dos soldados
Que depressa matasse esse cão

Boiadeiro ouvindo isso
Aplicou um golpe seu
Deu um assobio alto
O cachorro entendeu

O soldado foi lá fora
Pra dar fim no Ventania
Mas o cachorro escondeu
Aonde ninguém descobria

Não encontrando ali o cachorro
O soldado então distraiu
Ninguém pode saber até hoje
Do lugar que o cachorro surgiu

Com um pulo bem certeiro
Derrubando o soldado
Revólver ficou na boca
Daquele cão ensinado

Delegado quando viu
Foi soltar o boiadeiro
Leve esse cachorro embora
Seu amigo verdadeiro

Lá se foi dois amigos sinceros
Boiadeiro também o cachorro
Muito alegre só por ter prestado
Para seu patrão um socorro

Em frente a delegacia
Ficou a marca no chão
Daquele cachorro amigo
Que vigiava o patrão

Muita gente presenciou
Aquela cena cruel
Entre os amigos do homem
O cachorro é o mais fiel

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Compositores: Jose Severino Balieiro (Joao Ferreira), Celia Aparecida Mescua Tarelho
ECAD: Obra #2354738

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