João Ferreira e Ferreirense

Mestiço Traiçoeiro

João Ferreira e Ferreirense


De Campo Grande
Eu parti pra Barretos destinado
Tocando mil pantaneiros
Saí muito contrariado
Na hora da despedida
Eu já estava desconfiado
Que a viagem para mim
Não dava bão resultado

Meu filho era o ponteiro
E o berrante ele tocava
Cortando aquelas campinas
E a boiada acompanhava
Coitado estava inocente
De nada desconfiava
Que um mestiço traiçoeiro
Na frente do gado andava

A boiada estourou
E o seu burro caiu
O mestiço traiçoeiro
No menino investiu
Pegou ele com as guampas
E nos ares sacudiu
O chifre do pantaneiro
Com o seu sangue tingiu

Vendo esta cena triste
Nesta hora fiquei louco
Dei três tiros no mestiço
Varei de um lado pro outro
Das guampas do pantaneiro
Tirei meu filhinho morto
Deixei uma cruz fincada
Onde sepultei seu corpo

Deixei de ser boiadeiro
Nunca mais lidei com gado
Meu coração até corta
Quando lembra este passado
Nas guampas da pantaneiro
Perdi meu filho adorado
Nas margens do Porto Quinze
Deixei ele sepultado

Compositores: Jose Severino Balieiro (Joao Ferreira), Celia Aparecida Mescua Tarelho
ECAD: Obra #2355093

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