Parei pra pensar o tempo de infância E me vi criança lá no meu sertão Que um dia deixei e vim pra cidade Seguindo o progresso da evolução Que destrói a beleza e a natureza Ainda mata o caboclo com a solidão ai
O tal de progresso que é um mal necessário Com o seu avanço em tudo deu fim Antigas pinguelas as pontes cobriram Não tem mais monjolo batendo pra mim Os grandes roçados e os cafezais Não tem mais sinais, também teve fim ai
Asfaltos cobriram as velhas estradas No céu formam nuvens de poluição Nas grandes fazendas construiu indústria Que triste angústia pro nosso sertão Os burros cargueiros foram abandonado Também foi trocado por caminhão ai
Malvado progresso, você me maltrata Destruiu as matas aonde eu vivia O inhambu-guaçú e a onça pintada E lá na baixada a paca e a cutia Nas altas perobas as pombas do ar Nas grandes ramagens jacu se escondia ai
O carro de boi num canto esquecido Seus cocões roídos, rodas cai não cai Seguindo o progresso da evolução Dos bois o mugido eu não ouço mais Não escuto a voz do velho carreiro Grande companheiro, meu querido pai ai
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Wilson Leoncio de Melo (Joao Mulato), Elias Pereira (Tiao do Ouro) ECAD: Obra #123396 Fonograma #6328