O pobre veio ao mundo, tubarão também veio Pobre veio no trote, tubarão no arreio Isso é desde o princípio que vem nesse galeio Pobre sente o cansaço, tubarão mete o reio Tubarão puxa a rédea, pobre estanca no freio Tubarão chega e entra, pobre vai pra escanteio
Pobre está no pesado, tubarão no passeio Tubarão no banquete e o pobre no costeio Tubarão está seguro porque o pobre é um esteio O pobre come a casca, tubarão o recheio Não precisa concurso, não carece sorteio Onde tem mordomia tubarão está no meio
Tubarão vive frouxo com o suor alheio Ele embrulha o pobre com o seu manuseio A desonestidade é coisa que eu odeio Desse jeito que eu penso é assim que eu creio E da fé que me rege eu jamais desnorteio O senhor lá do alto sabe os nossos anseios
Tubarão quando sente que o negócio está feio Ele vem de mansinho e vem fazendo rodeio Coitadinho do pobre vive no devaneio Mais se um dia ele cansa do falso galanteio Vai notar que tem força que é em vão seu receio De boas intenções o inferno está cheio
Compositores: Manoel Adao da Silva (Manoelito Nunes), Ledolina Neusa Santos da Silva (Nina Santos) ECAD: Obra #1239850 Fonograma #678269