João Mulato e Pardinho
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Pagode do Tubarão

João Mulato e Pardinho

Telefonema


O pobre veio ao mundo, tubarão também veio
Pobre veio no trote, tubarão no arreio
Isso é desde o princípio que vem nesse galeio
Pobre sente o cansaço, tubarão mete o reio
Tubarão puxa a rédea, pobre estanca no freio
Tubarão chega e entra, pobre vai pra escanteio

Pobre está no pesado, tubarão no passeio
Tubarão no banquete e o pobre no costeio
Tubarão está seguro porque o pobre é um esteio
O pobre come a casca, tubarão o recheio
Não precisa concurso, não carece sorteio
Onde tem mordomia tubarão está no meio

Tubarão vive frouxo com o suor alheio
Ele embrulha o pobre com o seu manuseio
A desonestidade é coisa que eu odeio
Desse jeito que eu penso é assim que eu creio
E da fé que me rege eu jamais desnorteio
O senhor lá do alto sabe os nossos anseios

Tubarão quando sente que o negócio está feio
Ele vem de mansinho e vem fazendo rodeio
Coitadinho do pobre vive no devaneio
Mais se um dia ele cansa do falso galanteio
Vai notar que tem força que é em vão seu receio
De boas intenções o inferno está cheio

Compositores: Manoel Adao da Silva (Manoelito Nunes), Ledolina Neusa Santos da Silva (Nina Santos)
ECAD: Obra #1239850 Fonograma #678269

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