João Mulato e Pardinho

Pagode Quente

João Mulato e Pardinho


Deixei a roça também o cabo da enxada
Para o meu povo hoje eu canto da cidade
Meu mundo lindo está no som desta viola
Cantando eu mato a tristeza e a saudade

Cheguei fervendo trazendo pagode quente
Esquenta o mundo com a minha cantoria
Mulher bonita que só tem coração duro
Eu amoleço com a força da poesia

Não sou bombeiro e apaguei muita fogueira
Não tinha água eu jogava gasolina
Eu amoleço carne seca na água fria
Eu tiro a meia sem tirar o pé da botina

Sem dar um tiro só vivo ganhando guerra
Dirijo a noite não preciso olhar no espelho
Meus dois faróis sempre foram vaga-lumes
Paro no verde e atravesso no vermelho

Se o destino me mandar cama de prego
Faço virar um belo colchão de mola
Se uma rainha me manda pra guilhotina
Eu viro o laço, carrasco não me degola

Cruzeiro velho virou cinza na fornalha
Dinheiro novo é o dono do mercado
Nosso real já nasceu valendo um dólar
Cantando eu peço pra não ver o real queimado

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Compositores: Lourival dos Santos (Lourival Santos), Antonio Carlos Presotto (Toninho Bauru), Jose da Silva Martins (Ze Batuta)
ECAD: Obra #22309 Fonograma #441080

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