Deixei a roça também o cabo da enxada Para o meu povo hoje eu canto da cidade Meu mundo lindo está no som desta viola Cantando eu mato a tristeza e a saudade
Cheguei fervendo trazendo pagode quente Esquenta o mundo com a minha cantoria Mulher bonita que só tem coração duro Eu amoleço com a força da poesia
Não sou bombeiro e apaguei muita fogueira Não tinha água eu jogava gasolina Eu amoleço carne seca na água fria Eu tiro a meia sem tirar o pé da botina
Sem dar um tiro só vivo ganhando guerra Dirijo a noite não preciso olhar no espelho Meus dois faróis sempre foram vaga-lumes Paro no verde e atravesso no vermelho
Se o destino me mandar cama de prego Faço virar um belo colchão de mola Se uma rainha me manda pra guilhotina Eu viro o laço, carrasco não me degola
Cruzeiro velho virou cinza na fornalha Dinheiro novo é o dono do mercado Nosso real já nasceu valendo um dólar Cantando eu peço pra não ver o real queimado
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Lourival dos Santos (Lourival Santos), Antonio Carlos Presotto (Toninho Bauru), Jose da Silva Martins (Ze Batuta) ECAD: Obra #22309 Fonograma #441080