Quando eu olho meu olho além do espelho Tem alguém que me olha e não sou eu Vive dentro do meu olho vermelho É o olhar do meu pai que já morreu O meu olho parece um aparelho De quem sempre me olhou e protegeu Assim como meu olho dá conselho Quando eu olho o olhar de um filho meu
A vida é mesmo uma missão A morte é uma ilusão Só sabe quem viveu Pois quando o espelho é bom Ninguém jamais morreu
Sempre que um filho meu me dá um beijo Sei que o amor do meu pai não se perdeu Só de olhar seu olhar eu sei seu desejo Assim como meu pai sabia o meu Mas meu pai foi-se embora num cortejo E no espelho eu chorei porque doeu Só que vendo meu filho agora eu vejo Que ele é o espelho do espelho que sou eu
A vida é mesmo uma missão A morte é uma ilusão Só sabe quem viveu Pois quando o espelho é bom Ninguém jamais morreu
Toda imagem no espelho refletida Tem mil faces que o tempo ali prendeu Todos tem qualquer coisa repetida Um pedaço de quem nos concebeu A missão do meu pai já foi cumprida Vou cumprir a missão que Deus me deu Se o meu pai foi espelho em minha vida Quero ser pro meu filho espelho seu
A vida é mesmo uma missão A morte é uma ilusão Só sabe quem viveu Pois quando o espelho é bom Ninguém jamais morreu
E o meu medo maior é o espelho se quebrar Meu medo maior é o espelho se quebrar
Compositores: Paulo Cesar Francisco Pinheiro (Paulinho Pinheiro), Joao Baptista Nogueira Junior (Joao Nogueira) ECAD: Obra #158 Fonograma #12583