O corpo a morte leva A voz some na brisa A dor sobe pr'as trevas O nome a obra imortaliza A morte benze o espírito A brisa traz a música Que na vida é sempre a luz mais forte Ilumina a gente além da morte Vem a mim, oh, música Vem no ar Ouve de onde estás a minha súplica Que eu bem sei talvez não seja a única Vem a mim, oh, música Vem secar do povo as lágrimas Que todos já sofrem demais E ajuda o mundo a viver em paz
Não, ninguém faz samba só porque prefere Força nenhuma no mundo interfere Sobre o poder da criação Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito Nem se refugiar em lugar mais bonito Em busca da inspiração Não, ela é uma luz que chega de repente Com a rapidez de uma estrela cadente Que acende a mente e o coração É faz pensar que existe uma força maior que nos guia Que está no ar Bem no meio da noite ou no claro do dia Chega a nos angustiar E o poeta se deixa levar por essa magia E o verso vem vindo e vem vindo uma melodia E o povo começa a cantar, lá laia laiá Lá lá laía laiá
Quando eu canto É para aliviar meu pranto E o pranto de quem já Tanto sofreu Quando eu canto Estou sentindo a luz de um santo Estou ajoelhando Aos pés de Deus Canto para anunciar o dia Canto para amenizar a noite Canto pra denunciar o açoite Canto também contra a tirania Canto porque numa melodia Acendo no coração do povo A esperança de um mundo novo E a luta para se viver em paz!
Do poder da criação Sou continuação E quero agradecer Foi ouvida minha súplica Mensageiro sou da música O meu canto é uma missão Tem força de oração E eu cumpro o meu dever Há os que vivem a chorar Eu vivo pra cantar E canto pra viver
Quando eu canto, a morte me percorre E eu solto um canto da garganta Que a cigarra quando canta morre E a madeira quando morre, canta!
Compositores: Paulo Cesar Francisco Pinheiro (Paulinho Pinheiro), Joao Baptista Nogueira Junior (Joao Nogueira) ECAD: Obra #20913 Fonograma #477244