Moço eu vim de longe tentar a sorte por aqui Como não sou estudado não posso exigir Moço o que eu fazia não tem como conferir Dentro desse escritório não mato pra carpir
Moço com um pouquinho de paciência eu aprendo Tenha clemência desse homem que está vendo Que é honesto e só precisa trabalhar Moço há muito tempo que eu estou desempregado Eu sei que ao deixar a roça fui errado Mas o destino é que me trouxe para cá
Moço eu nunca tive um registro em carteira Trabalhei a vida inteira numa enxada meu senhor Moço não faço conta se o trabalho for pesado Eu aceito de bom grado qualquer coisa seu doutor
Moço dê uma chance a esse homem que lhe implora Por favor me aceite não me mande embora Minha família já não sabe o que comer Moço os meus cabelos brancos são de sofrimento Eu tenho menos da idade que aparento Esta cidade só me fez envelhecer
Moço esse sorriso de desprezo eu não mereço Mesmo assim lhe agradeço por poder me escutar Moço pelo seu modo de me olhar eu já vou indo Vou continuar pedindo até alguém me ajudar
Moço o senhor diz que a minha sina é ser mendigo E jamais vou conseguir ter um abrigo Até duvida que alguém possa me empregar Moço doutor preste atenção nessas palavras que lhe digo Jesus Cristo nosso pai e nobre amigo Morreu pobre sem nunca reclamar
Compositores: Sebastiao Ferreira da Silva (Sebastiao Ferreira), Arthur Frederico Moreira (Arthur Moreira) ECAD: Obra #18157