Visita do orvalho vai morrendo e dia vem secar-se ao sol Somo a madrugada e por trás das montanhas forma um arrebol Janelas fechadas vão espreguiçando, outro dia além... Um bezerro macho berra no terreiro e sua mãe não vem
Rompe-se o silêncio e a natural orquestra trás seu recital O galo caipira canta suas modas acorda o quintal O bule bulindo espalha uma fragrância cheira a cafezal Homens vão pra lida levam o seu almoço o prato principal
A manhã embarca para o entardecer e as horas seguindo pro anoitecer Montado ao vento o tempo num galope faz-se um viajar Colcha de retalhos faz-se nossa vida, costurando ao sonho nosso caminhar Ponta de uma história que ficou perdida no esquecimento sem poder voltar
Lua seresteira doma o firmamento pra poder brilhar Os enamorados deitam-se na rede para namorar Calam os passarinhos para ouvir o pinho a se dedilhar Junto da fogueira sua mão matreira a se deslizar
Madrugada quieta e os pequeninos a matraquear Punhado de estrelas com os pirilampos a se combinar Rasga o sereno uma viajante a desaparecer Não demora muito volta o orvalho para nos rever