Se amanheço mal dormido reinando e de bofe azedo Viro o mate, quebro a cuia, saio coiceando o cusquedo Acordo quem tá dormindo co´s gritos da guaipecada Faço um tendéu na mangueira dando pau na matungada
Ao adentrar na mangueira uma zebua me atropela Esfiapo um toco de trama batendo nos corno dela É vaca, cavalo e “home” disputando o mesmo espaço Até minha sombra se esconde de medo de entrar pra o laço
Meto o bocal no sebruno que dos mau esse é o pior “Cheguemo” lá no palanque os dois lavados de suor A gineteada é um bailongo e a minha espora faz floreio Sonho que tô no fandango co´as muchachas do rodeio
Mas há! Gineteada linda! É relincho de potro, é bufo e mangaço, tinir de espora Mas há! Gineteada linda! Eu vou lá na grimpa, onde a curucaca mora Mas há! Gineteada linda! É relincho de potro, é bufo e mangaço, tinir de espora O pala atirei pra trás, a alma entreguei no más pra nossa senhora!
Saímos eu e o sebruno achatando os “macegal” Eu proseando e ajeitando pra não judiá do animal Destrato, chamo de podre, carne pros “corvo” no inferno Golpe, grito e manotaço, chego a embarrar o meu terno
Depois voltemo pra estância os dois com cara de mau Eu amolentado a golpe e ele encouraçado a pau Apeio diante o galpão saco o recal e dou-lhe um banho Para que nunca me esqueça passo salmoura nos lanho
Deixo no más um recado pra evitar algum enredo Nem chegue perto de mim quando estou de bofe azedo Vou golpear-lhe uma nos “quexo”, bota aí na minha fatura Que a changa tá garantida na cancha da ferradura.
Compositores: Elton Benicio Escobar Saldanha (Elton Saldanha), Jose Oliveira Estivalet (Jose Estivalet) ECAD: Obra #2357604 Fonograma #1176894