Joca Martins
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Recuerdos da 28

Joca Martins


De vez em quando quando boto a mĂŁo nos cobre
Não existe china pobre, nem garçom de cara feia
Eu sou de longe, onde chove e nĂŁo goteia
NĂŁo tenho medo de potro, nem macho que compadreia.

Boleio a perna e vou direto pro retoço
Quanto mais quente o alvoroço, muito mais me sinto afoito
E o chinaredo, que de muito me conhece
Sabe que pedindo desce, meu facĂŁo na "28"

Remancheio num boteco ali nos trilhos
Enquanto no bebedouro mato a sede do tordilho
Ouço mugindo o barulho da cordeona
E a velha porca rabona, repousando no salĂŁo
Quem nunca falta Ă© um Ă­ndio curto e grosso
De apelido Pescoço, de rabona ao querendão.

(Entro na sala no meio da confusĂŁo
Vou meio atarantado que nem cusco em procissĂŁo
Quase sempre chego assim meio com sede
Quebro o meu chapéu na testa de beijar santo em parede.
E num relance se eu não vejo alguém de farda eu grito:
-Me serve um liso daquela que matou o guarda!
E num relance se eu não vejo alguém de farda eu grito:
-Me serve um liso daquela que matou o guarda!)

Guardo o trabuco empanturrado de bala
Meu facão, chapéu e pala e com licença, vou dançar
Nestes fandangos, levo a guaiaca recheada
Danço com a melhor china, que me importa de pagar!

O meu cavalo, deixo atado no palanque
SĂł nĂŁo quero que ele manque quando terminar a farra
A milicada sempre vem fora de hora
Mas eu saio porta afora, sĂł quero ver quem me agarra

Desde piazito, a polĂ­cia nĂŁo espero
Se estoura a reboldosa, me tapo de quero-quero
Desde piazito, a polĂ­cia nĂŁo espero
Se estoura a reboldosa me tapo de quero-quero.

Compositores: Francisco Alves (Chico Alves), Kenelmo Amado Alves (Kenelmo Alves)
ECAD: Obra #10417 Fonograma #589936

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