Joelhos não me abandonem ao cansaço respondem Não estou nem no começo E sei que se escondem mais uns degraus Ontem mesmo bem mais longe montes de fontes disseram Que os jovens hoje eram só uns amantes do caos Espero que sim, espero que sejam Vejam maço de cartas mocadas na manga Me orgulho de olhos vermelhos que mostram só sono e cansaço Um passo, um traço torto, curto jogo de loucuras Furto um pouco de conforto onde comporto as minhas rasuras Juras de amor a mim, pura revolta e fim Vivo de ódio desse mundo de rap e de pinga pura Médicos céticos fazem filas com pranchetas Esperando novas letras pra delas criar suas curas Mas, meu silêncio não curou minhas doenças E meus gritos muito menos, foram fogo no sereno Numa ciência inexistente calculo fim do meu ar Paciência, paciente, o mundo gira devagar
E o mundo girou Me trouxe questões e eu nem sei responder E o samba acabou Me traga um veneno sem bula pra ler
Todo dia leva um dia pra passar Mas que forma tem o tempo? não tenho tempo de explicar Se ele é linear se seu sorriso tem final Se as voltas que eu vou dar na verdade é em espiral Testar pontos de vista, prezar por egoísmo Ver que o topo do mundo pode ser beira de abismo Mas que diferença eu faço estando aqui? Quem ouve o choro do palhaço enquanto o mundo todo ri? Eu vi, jornais falarem sobre o fim do mundo E aí? contas pagas nada abala o vagabundo É a revolta criando gênios, dá o tanque de oxigênio Vou nadar com tubarões entre cifrões e ideais Onde sobreviver dá prêmios a muitos carnavais Aos filhos deste solo a mãe gentil não existe mais Correr atrás de sonhos, pura crença marginal Paciência, paciente todo samba tem final
E o mundo girou Me trouxe questões e eu nem sei responder E o samba acabou Me traga um veneno sem bula pra ler
Quero mais ar pros meus pulmões, quero novas tradições Palavras pras sensações, mais que três dimensões Quero aumento do uso de plurais, um ano com mais natais Pessoas mais humanas um pouco menos normais Hoje, eu só quero futuro O escuro quer novos mestres. meu norte quer leste, oeste Mas talvez eu seja louco, só mais um louco Uma vida pra sonhar é muito pouco Doutor, tão pouco me faz sentido Não sei se culpo o mundo Ou se sou eu quem estou perdido Doutor, já não espero melhorar Sozinho eu nasci, sozinho eu vou ficar Doutor, tão pouco me faz sentido Não sei se culpo o mundo Ou se sou eu quem estou perdido Doutor, já não espero melhorar Sozinho eu subi, sozinho vou me jogar
Compositor: Rodrigo Joseph D Angelo Ahmar (Joe Sujera) ECAD: Obra #35520748