Um novo dia um novo teste, hipnotizo ratos sem flauta Só com a sola gasta propagando a peste São novas construções, alicerces corações Talvez eu seja só mais um peixe no mar Poluindo meus pulmões, pensando em novas formas de lutar Aprendendo a mostrar os dentes, rosnando pros tubarões São as mesmas missões, mudando a estratégia O drama vira comédia nas nossas televisões O coração migra quando a mente cria regras Sola gasta direto da fábrica de ovelhas negras Um salve pra quem me julga Coleciona pulga atrás da orelha, abelha sozinha não assusta Não sabe o tanto que custa acordar e não fazer o que da na telha História velha, cada discurso um copo de groselha Mas chega de me ouvir falar, sei que desgasta Basta, vou fazer jus a sola gasta
Basta, não é sonhando que eu faço jus a sola gasta Nem com a barba feita e com um currículo na pasta Doutor ou cineasta, jogador ou ginasta Um jovem letrista com sabedoria vasta Um monstro, a multidão se afasta Não querem nem amostra, façam suas apostas Um mc de festa ou um poeta que contrasta com o resto A voz rouca de um manifesto Chega de ?asta? o tempo passa e testa Observa pelas frestas se você não se encosta Fazendo hora extra na vida equilibrista Postura posta a prova, facada pelas costas Na mira da besta que todo erro registra Na vida de artista almoço é casquinha mista Meu vô frases me empresta: ?no seu sonho invista? Sorria, esquece o peso que você arrasta
Talvez não seja o que meu pai sonhou Ou então o que minha mãe sempre quis Mas é como minha vó me diz ?Vá pelo caminho certo ou pelo que te faz feliz? por caminhos onde ninguém mais andou a sola gasta foi quem sempre me levou levanto outro me espera sorrindo é dedicação Não ouve, não fala, não vê mas nunca deu passos em vão Promessas não tapam meus olhos, não encurtam meus passos Não amarram meus braços, não entortam meus traços Linhas que entortam aço, não falsifico abraço Malandro vacila e dorme na reta, só sobra pedaço Na busca por espaço, luto contra o cansaço Verdade é soco no baço, pros falso sobra o bagaço Sei que faltam motivos pra abandonar o lençol Mas hoje não, mano. Hoje não, porque?
Compositor: Rodrigo Joseph D Angelo Ahmar (Joe Sujera) ECAD: Obra #35520715