Não sei voar e isso é besteira Não sei compôr o que Vinícius fez Não sei sorrir pra vida inteira Todos os meus chefes são ruins Não sei orar de olhos abertos Não sei contar como Suassuna fez Não faço gol sem maus juízes Até minha letra é ruim
Mas meus velhos ossos sentem coceira Querem mover-se sem ter pra onde ir Num dois pra lá, dois pra cá Mas meus velhos ossos sentem coceira Querem mover-se sem ter pra onde ir Num dois pra lá, dois pra cá
Não sei fingir que sei de tudo Não sei cantar como Timóteo fez Não sei prever seus movimentos Nem morar sozinho, mamãe diz Não sei criar sem referências Não sei bossar como Gilberto fez Nem caminhar sem dar tropeços Eu já aceitei que sou assim E do nada eu escutei Na folga de dessa estrada A pista eu avistei Todos os meus passos são ruins
Mas meus velhos ossos sentem coceira Querem mover-se sem ter pra onde ir Num dois pra lá, dois pra cá Mas meus velhos ossos sentem coceira Querem mover-se sem ter pra onde ir Num dois pra lá, dois pra cá Mas meus velhos ossos sentem coceira Querem mover-se sem ter pra onde ir Num dois pra lá, dois pra cá Mas meus velhos ossos sentem coceira Querem mover-se sem ter pra onde ir Num dois pra lá, dois pra cá
Eu sou mais um suburbano, ferrado e sem dinheiro Eu sou mais uma carioca no Rio de Janeiro Mesmo assim, meu corpo só faz balançar Eu sei fazer quase nada, Quase nada direito Ouvindo esse balanço, balanço de respeito Sem nem condições De me aquietar aqui, não sei parar
Mas meus velhos ossos sentem coceira Querem mover-se sem ter pra onde ir Num dois pra lá, dois pra cá Mas meus velhos ossos sentem coceira Querem mover-se sem ter pra onde ir Num dois pra lá, dois pra cá