Jonathan Panta

Coceira

Jonathan Panta


Não sei voar e isso é besteira
Não sei compôr o que Vinícius fez
Não sei sorrir pra vida inteira
Todos os meus chefes são ruins
Não sei orar de olhos abertos
Não sei contar como Suassuna fez
Não faço gol sem maus juízes
Até minha letra é ruim

Mas meus velhos ossos sentem coceira
Querem mover-se sem ter pra onde ir
Num dois pra lá, dois pra cá
Mas meus velhos ossos sentem coceira
Querem mover-se sem ter pra onde ir
Num dois pra lá, dois pra cá

Não sei fingir que sei de tudo
Não sei cantar como Timóteo fez
Não sei prever seus movimentos
Nem morar sozinho, mamãe diz
Não sei criar sem referências
Não sei bossar como Gilberto fez
Nem caminhar sem dar tropeços
Eu já aceitei que sou assim
E do nada eu escutei
Na folga de dessa estrada
A pista eu avistei
Todos os meus passos são ruins

Mas meus velhos ossos sentem coceira
Querem mover-se sem ter pra onde ir
Num dois pra lá, dois pra cá
Mas meus velhos ossos sentem coceira
Querem mover-se sem ter pra onde ir
Num dois pra lá, dois pra cá
Mas meus velhos ossos sentem coceira
Querem mover-se sem ter pra onde ir
Num dois pra lá, dois pra cá
Mas meus velhos ossos sentem coceira
Querem mover-se sem ter pra onde ir
Num dois pra lá, dois pra cá

Eu sou mais um suburbano, ferrado e sem dinheiro
Eu sou mais uma carioca no Rio de Janeiro
Mesmo assim, meu corpo só faz balançar
Eu sei fazer quase nada, Quase nada direito
Ouvindo esse balanço, balanço de respeito
Sem nem condições
De me aquietar aqui, não sei parar

Mas meus velhos ossos sentem coceira
Querem mover-se sem ter pra onde ir
Num dois pra lá, dois pra cá
Mas meus velhos ossos sentem coceira
Querem mover-se sem ter pra onde ir
Num dois pra lá, dois pra cá

Letra enviada por null

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