Um dia cinzento eu me lembro Eram quatro da tarde Fui surpreendido na porta por uma visita Tratava-se de um amor antigo Que estava perdido Mas se percebia no rosto um louco sofrimento
Olhei sua bagagem espalhada Na escada do prédio Não sei definir nesta hora O que estava pensando Pois me coloquei no problema pro lado humano E o meu rosto sorriu Transmitindo um gesto de bem vinda
E ela com mágoas passadas Trancadas no peito Pegou suas malas de couro manchadas de lama E suando pegou suas mãos Expressando carinho Me fez um convite com os olhos Mais ou menos cama
Mas me preocupou o lugar Pois já estava casado E o meu sentimento também já estava acabado Mesmo assim não contive O convite da forma animal Me despi, entreguei o meu corpo Pro bem e pro mal
Amamos, nem sei se amamos, estava cansado O teu corpo marcado de dentes Da minha boca louca Quando fui levantar pra beber Ou fumar um cigarro Escutei o barulho das chaves da mulher amada
E ela parada, sem vida, me olhava: um demônio Dos seus olhos escorriam Lágrimas de fúria guardada E seu gesto detido Mostrou seu orgulho humilhado E sua voz ecoou nas paredes Está tudo acabado!
E depois de um silêncio marcado Disse que me amava Destilava o veneno entre o choro e a solidão Me apontou o punhal Que brilhava dentro dos seus olhos E todo aquele amor se fechou pro seu coração!
Compositor: Luiz Sergio Navarro de Andrade (Sergio Andrade) (SOCINPRO)Editor: Universal Music Publishing Mgb Brasil Ltda (UBC)ECAD verificado obra #3592860 em 07/Abr/2024 com dados da UBEM