Sei que estás a sofrer, que o teu homem foi-se embora outra vez, partiu como um furacão e tu pensas no bem que ele te fez... tentas dormir - mas o teu sono parece ter voado com ele e a noite colou-se às tuas costas, tão escura como um pesadelo.
Mas, ouve bem, meu amor: não é tarde para sorrires outra vez. Ainda há estrelas no teu olhar.
E tu, conta lá como foi daquela vez que te deitaram abaixo. Não foi granada nem bala, não... foi a perda de um pequeno tacho. Pobre de ti - ficaste a refilar na bicha para um lugar ao sol(pois foi) Continuas na sombra e o teu corpo está cada vez mais mole.
Mas, ouve bem, meu irmão: Não é tarde para sorrires outra vez. Ainda há estrelas no teu olhar
A ti, conheci-te num bar, conversei contigo á beira do rio. O teu casaco era de peles mas nos teus olhos havia frio. Tu queres ser quem és - mas o teu velho quer que sejas engenheiro e tu sentes-te só como uma agulha num palheiro.
Mas, ouve bem, meu irmão: Não é tarde para sorrires outra vez. Ainda há estrelas no teu olhar