Jorge Palma
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Sete (está-se Tudo A Passar)

Jorge Palma


Sete (está-se tudo a passar)
São sete da tarde e está-se tudo a passar
Uns andam para a frente, outros querem virar
Outros ainda sonham com paragens distantes
Mas logo alguém ameaça com passos galopantes

São sete da tarde e passa tudo a correr
Alguém vai para casa tratar mal a mulher
Ele acha natural, ela esconde as suas rugas
Aquele ali vai p'rós copos tratar das suas fugas

Rei, infante, dama tão delirante
Que até os seus próprios sonhos desfaz
Valete condescendente, nem se digna a fazer frente
À magnitude do ás

O sete de paus nunca encontrou o seu canto
O sete d'ouros carrega cada vez mais encanto
O sete das espadas já ganhou outra cor
E o sete que era de copas... perdeu o seu amor

madrugada a dentro está-se tudo a passar
um homem discursa, sete estão a aturar
há quem evite as pedras que o destino arremessa
e o homem tem uma ideia... morrer durante a peça

rei, infante, dama tão delirante
que até os seus próprios sonhos desfaz
valete condescendente, não se digna a fazer frente
à magnitude do ás
à magnitude do ás.

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