Abri a janela de par em par A vista é cortada pelo edifício em frente do meu O ruído da rua é, por vezes, difícil de suportar Mas assim sempre vai entrando algum ar
Vivo em Lisboa Tu sabes bem quem eu sou Eu sou aquele com quem tu te cruzas Numa esquina qualquer E, às vezes, também tomo comprimidos Para conseguir adormecer
Vivo em Lisboa Tu conheces-me bem Também eu tenho um lugar reservado Neste eterno vaivém Sou mais um cartão numerado Que a cidade retém
Como eu gostava de um dia abraçar Aquela actriz que acabei de ver na televisão Dava tudo o que tenho só para ter um cantinho no seu coração Mas as estrelas nunca sorriem aos da minha condição
Vivo em Lisboa Tu sabes bem quem eu sou Eu sou aquele com quem tu te cruzas Numa esquina qualquer E, às vezes, também tomo comprimidos Para conseguir adormecer
Vivo em Lisboa Tu conheces-me bem Também eu tenho um lugar reservado Neste eterno vaivém Sou mais um cartão numerado Que a cidade retém
Saí do cinema tentando imitar O modo de andar e a maneira de olhar do actor principal Quando entrei no autocarro Evaporou-se-me o sonho e caí em mim As coisas são sempre tão diferentes na vida real
Vivo em Lisboa Tu sabes bem quem eu sou Eu sou aquele com quem tu te cruzas Numa esquina qualquer E, às vezes, também tomo comprimidos Para conseguir adormecer
Vivo em Lisboa Tu conheces-me bem Também eu tenho um lugar reservado Neste eterno vaivém Sou mais um cartão numerado Que a cidade retém
Às vezes sou levado a pensar Pode haver um engano nessa coisa da distribuição Passo os dias inteiros no trabalho e mal ganho para comer Mas isto é um problema meu E eu devo ser capaz de o resolver
Vivo em Lisboa Tu sabes bem quem eu sou Sou aquele com quem tu te cruzas Numa esquina qualquer E, às vezes, também tomo comprimidos ...