Joseval e Josiene
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Prisioneiro da Cidade

Joseval e Josiene


Na fazenda aonde eu morava
Começaram cortar o cafezal
Precisamos mudar pra cidade
E viver na grande capital
Nestes dias só era tristeza
Vi chegando o momento fatal
A mãezinha a última vez
Vi varrendo o grande quintal
Vi meu pai com os olhos molhados
Ali debruçado no velho curral

No momento que o caminhão
Na estradinha de pó despontava
As famílias cheias de tristeza
Em um canto a mãezinha chorava
Eu olhei minha traia de pesca
No beiral do paiol balançava
E deixar tudo aquilo pra sempre
Neste instante a hora chegava
A vizinha que tanto eu quis
O tempo feliz que ali se acabava

Quando o sol descia no poente
Colorindo a copa da paineira
O chofer daquele caminhão
Carregava as coisas derradeira
O meu pai vendo a casa vazia
Disse adeus com o pé na soleira
Dos amigos ele despedia
E seguiram até a porteira
Vendo eles as mãos acenando
Eu segui chorando a viagem inteira

Tudo isso já faz muitos anos
Mas ainda não pude esquecer
Todas as coisas que lá eu deixei
Os meus olhos não pode mais ver
Prisioneiro da grande cidade
Quantos sonhos que eu vi morrer
Nova gente e novos amigos
Com o tempo eu vim conhecer
Mas eu falo com sinceridade
Ao vir pra cidade deixei de viver

Compositores: Maria Lucia Rios da Silva (Josiene), Orlando Martins Barbeiro (Orlando Martins)
ECAD: Obra #4192028 Fonograma #1611968

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