No bloco do eu sozinho Sou faz-tudo e não sou nada Sou o samba e a folia de fantasia cansada Sou o surdo e o entrudo Sou o novo e o antigo Visto farrapo e veludo Faço um breque e depois sigo
No bloco do eu sozinho Sozinho sou o cordão Sou a esquina do caminho Sou rei Momo e Damião Sou o enredo da parada Sou cachaça e sou tristeza Pulando junto e sozinho Faço da rua uma mesa
No bloco do eu sozinho Sou São Jorge que passeia Sou alguém que esquece a lua Em favor de uma candeia Sozinho sou a cidade Sou a multidão deserta Pé na dança e mão aberta Em busca da vida cheia
No bloco do eu sozinho Sou a seda do estandarte Sou a ginga da baiana Sou a calça de zuarte Sou quem briga e deixa-disso Sou Oropa e Aruanda Sou alegria de Rosa Que nunca brinca em serviço
No bloco do eu sozinho Sou a sorte e o azar E o folião derradeiro Que abre os braços pra brincar Sou passista e sou pandeiro E nas pedras da calçada Sou a lembrança mais fria De um mundo sem madrugada
No bloco do eu sozinho De toda e qualquer maneira Na bateria calada Nas cinzas de quarta-feira Nos confetes da calçada Nas mãos vazias de rosa Sou alegria teimosa Sambando pra não chorar
Compositores: Marcos Kostenbader Valle (Marcos Valle), Rui Alexandre Guerra Coelho Pereira (Ruy Guerra) ECAD: Obra #1561873 Fonograma #16071667