Gangorra
Quando a gente tá sozinho
logo busca companhia
e se um caso é um caminho
tá sozinho é o que queria
Só decora esse refrão
quem nasceu cabeça-oca
quem, se pensa, é sem razão
faz de vaca e vai com as ôtra
Quem tolera feito tolo
sua própria ignorância
vai morrer sem um consolo
com o rei que crê na pança
Quem malgrado a tempestade
passa arado em pensamento
preparado pra mais tarde
não semeia novo vento
Nada é dado nesta vida
nesta vida tudo é dados
pra ganhar uma partida
rola o dado bem rodado
Quando o jogo é ser feliz
é melhor jogar a dois
sem rival e sem juiz
parceria ora pois
O amor tal qual gangorra
sobe, desce, volta e vai
faz pensar que a gente voa
faz pensar que a gente cai
Mas se um sobe e o outro desce
um não cai nem o outro voa
só assim o amor se tece
só assim move a gangorra
Quando um bate um pé no chão
o outro desce não é à toa
já projeta outra impulsão
força pra que o amor não morra
Mas se um dia um se cansa
volta inerte pro refrão
de quem crê o rei na pança
e acha boa a ilusão
De que humano é só engano
faca cega ou de dois gumes
pisca-apaga sem ter plano
coração de vagalume
Que se a gente tá sozinho,
logo busca companhia
e se um caso é um caminho
tá sozinho é o que queria
E repete feito crente
baboseira e ladainha
que repete toda gente
como toca a campainha
É melhor deixar de lado
de querer prorrogação
já que jogo mal jogado
não melhora no fim, não
É melhor que o outro aceite
que tem gente que derrama
sempre, sempre o mesmo leite
chora, chora, e nunca mama
Compositores: Mauricio Ribeiro de Vasconcelos (Mauricio Ribeiro), Jose Roberto Andrade Feres
ECAD: Obra #5489311 Fonograma #11932364Ouça estações relacionadas a Juliana Perdigão no Vagalume.FM