Uma milonga buenacha De espora, bota e bombacha Vem se achegar sorrateira É uma milonga baguala Traz o rio grande na fala Mostrando a voz da fronteira
Uma milonga campeira De alma sul brasileira Que não se achica por nada Tem o compasso marcado Do vento nos alambrados E as patas da cavalhada
(bota gaúcha, essa milonga que ponteio Que não tem rédea nem freio Quando minha alma canta Bota gaúcha, essa milonga que floreio Chega até parar rodeio Quando pulsa na garganta)
Uma milonga sulina De essência tão campesina Quanto minha alma andarilha A percorrer madrugadas Nessas compridas estradas De estrelas e maçanilhas
Uma milonga de pampa Que sem receio se acampa Nestes fundões do meu pago Mostrando a identidade Enquanto canta a verdade De ser gaúcha de fato!
(bota gaúcha, essa milonga que ponteio Que não tem rédea nem freio Quando minha alma canta Bota gaúcha, essa milonga que floreio Chega até parar rodeio Quando pulsa na garganta)