Noite de campo que vejo Numa lembrança de outrora Beira de um fogo que acalma Triste cambona que chora Alma povoada em silêncio Deste meu rancho fronteiro Mateando alguma saudade Costeando o sono da espora.
Vento que geme na quincha Feito um basto na estrada Resmunga um som de tesoura Do picumã, amorenada Quem sabe traga de arrasto Alguma manga pras casas E um cheiro bruto de terra Pra invadir a madrugada.
Noite que chora pro campo Tocando a tropa da sanga Batiza os lábios da china Num galho flor de pitanga Somente um sonho que cresce Num distanciar de povoeiro Que parte junto com a aguada Pra alguém que vive de changa.
E a primavera se estende Com os olhos claros pra lida Bolear a perna na estância Este é o meu rumo na vida Solito eu cruzo as horas Num camperear de invernada De rédea firme por diante Com alguma mágoa contida.
Compositores: Jose Everson da Silva Silveira (Everson Mare), Juliano Marcio Gomes Avila (Juliano Gomes), Fernando de Souza Soares (Fernando Soares) ECAD: Obra #7694325 Fonograma #1874035