A chuvarada atravessou a madrugada Com faíscas e trovoadas, encharcando meu rincão No firmamento, nuvens escuras ao vento Deixando o dia cinzento e encobrindo a imensidão O joão-barreiro busca o barro no atoleiro Gritando alto, bem faceiro Construindo a sua morada Em desatino, remoendo meu destino Volto ao tempo de menino Relembrando águas passadas
Enquanto a chuva cai, tristeza lá se vai Águas que caem, se espalhando pelo chão E os tempos lá de trás, que já não voltam mais Águas passadas pra alegrar o coração Enquanto a chuva cai, tristeza lá se vai Águas que caem, se espalhando pelo chão E os tempos lá de trás, que já não voltam mais Águas passadas pra alegrar o coração
De sentinela, vendo a chuva, da janela Relembro a tela mais bela que jamais eu esqueci Velha casinha, o meu pai, minha mãezinha E a garoa bem mansinha, no lugar onde vivi E os meus amigos brincando, junto comigo Neste sonho tão antigo... que saudade que me dá Que bom seria regressar àqueles dias Reviver a alegria dos meus tempos de piá
Enquanto a chuva cai, tristeza lá se vai Águas que caem, se espalhando pelo chão E os tempos lá de trás, que já não voltam mais Águas passadas pra alegrar o coração Enquanto a chuva cai, tristeza lá se vai Águas que caem, se espalhando pelo chão E os tempos lá de trás, que já não voltam mais Águas passadas pra alegrar o coração
A chuva fina vai virando uma neblina Surge o sol lá na campina, o aguaceiro se acabou A bicharada grita alegre, na invernada E eu acordo da jornada de lembrar o que passou Retomo a lida e vou tocando a minha vida E a saudade tão doída, do meu coração, não sai Para aumentar, sempre que a chuva chegar E os meus olhos, alagar Igual à chuva, quando cai
Enquanto a chuva cai, tristeza lá se vai Águas que caem, se espalhando pelo chão E os tempos lá de trás, que já não voltam mais Águas passadas pra alegrar o coração Enquanto a chuva cai, tristeza lá se vai Águas que caem, se espalhando pelo chão E os tempos lá de trás, que já não voltam mais Águas passadas pra alegrar o coração