Numa quarta-feira, à noite, arriei o meu bragado Pra buscar uma moreninha, na fazenda do Lajeado Eu sabia do perigo, por isso já fui armado Os capangas da fazenda, de morte, têm me jurado Mas quem ama, não tem medo, enfrenta fogo pesado
Ela me mandou recado que sofre como ninguém O capataz quer que ela, seja pra sempre seu bem Mas o coração da moça, já pertence a outro alguém É a mim que ela ama, outro homem, não convém Se encontrarmos frente a frente, um de nós, vai pro além
E na calada da noite, do bragado, eu apiei Pelos fundos da fazenda, rastejando, eu cheguei Dei um toque na janela com o cano do "inglês" Ela estava acordada, uns minutos eu esperei E aquela linda donzela, da fazenda, eu resgatei
O latido de um cachorro, um jagunço acordou As luzes foram acesas, a coisa se complicou E uma chuva de balas, nosso caminho cruzou Respondi na mesma hora, o meu "trinta" funcionou Línguas de fogo saía, a escuridão iluminou
Chegamos até o bragado e saímos em disparada A morena me abraçava, alegre e dando risada A noite foi indo embora, foi chegando a alvorada Não havia mais perigo, a missão foi completada Foi o resgate do amor de um peão e sua amada.
Compositor: Joaquim de Oliveira Fornasiero (Juninho) ECAD: Obra #2258651