Eu não sei gritar agora A causa dessa dor de um mundo louco É tanto tiro tanta morte, tanto do papoco O verde some de largamente Já não é de pouco a pouco A mãe terra é um corpo Que faz tempo que tá doente Por causa da burrice da ganancia dessa gente Ai que desgosto
Só importa luxar Se eu puder eu vou usar O planeta é meu produto Até o fim vou explorar
O que quero é comprar Se eu puder vou luxar O meu sonho de consumo A europa visitar
Classe mediana não se importa com amanhã O que a preocupa é toda coisa, toda vã O tom alerta é frequente na gazeta seriamente Intencionada a vender a mais nova aguardente Outra atriz que tira a roupa é atração Eita do progresso do regresso Que desordem de nação
O que me importa é chocar Pro povo brutalizar A noticia é quase séria Vou de politica falar O novo aumento da tarifa Comissão parlamentar Voltemos pra miséria Pro ibope aumentar
Mas o pobre miserável que comer A lagosta ele conhece da tv O bucho dói de fome no sol quente Na placa suja o dizer é comovente Só que quem come ignora totalmente A condição do vagabundo delinquente Não é problema meu, vai pedir ao presidente
Não gostar de trabalhar É pra droga? é pra fumar? Não encosta no meu carro Eu lhe mato se manchar Eu só dou uma moeda Pra ele logo se afastar Eu tenho medo da pobreza Pode até contaminar
Assim eu canto uma realidade toda hostil O que se ver é que se vive aqui guerra civil A high society de um lado Um favelado desolado Um preconceito social que é tão vil
Compositor: Igor Di Cavalcanti Loyo Rosas (Igor Di Cavalcanti) ECAD: Obra #3765842 Fonograma #12058266