Amanhã quero ir à romaria E depois de um copo de sangria Vou dançar até raiar o dia Dentro do salão A cidade está em festa Mas não sei se vai ser desta Porque o meu amor detesta Tanta confusão
Mas se ele amuar vou eu sozinha A mulher que nasceu em alfacinha Não resiste ao cheiro da sardinha A saltar no carvão Ouves aquela varina Já quase a dobrar a esquina? Que ver se ela me ensina Um novo pregão
Pelo céu já bailam os foguetes Eu vou nem que chovam canivetes Eu não sou mulher de fazer fretes Por uma paixão Se o meu amor se admira Vou contar-lhe uma mentira Pra poder dançar o vira E mais o malhão
Ele finge mas não acredita E diz que é por eu ser tão bonita Que não quer que eu vista só de chita Num dia de verão Porque qualquer rapariga Com amor e jeropiga Cai na lábia e na cantiga De qualquer ladrão
Santo antónio gosta de alarido Não vos passa o que ele tem sofrido Todas querem arranjar marido Só eu é que não Porque tenho um namorico A cheirar a manjerico Como um fado que dedico Ao meu são joão
Meu amor, não vou pedir licença Ir na marcha é como uma doença Para o ano talvez te convença A ir ou talvez não Mas se fores, não vás sozinho Meu amor, dá-me um beijinho Meu amor leva um arquinho Que eu levo um balão
Compositores: Tiago Manuel Ferreira Torres da Silva (Tiago Torres da Silva), Joao Maria Centeno Gorjao Jorge (Rao Kyao) ECAD: Obra #8962949 Fonograma #29598455