Todo Finado Tem Mãe
Tá com Deus, vai na fé, força Dona Iza
O tempo passa o sofrimento não acaba, ameniza
Ninguém esquece um filho que morreu, é lógico
Fim de semana trágico abala o psicológico
Eu sou pai, deve ser foda perder um filho tão novo
A vida é uma guerra, se engana quem pensa que é o jogo
Vi vários bicho solto, moscou brincou com fogo
Amanheceu no iml com vários tiro no globo
Windelmaik, sequinho 15 anos, já era
É os finado prematuro, lotando o jardim de pedra
O foda é ver as mães chorar tipo querendo ir junto
Querendo entrar junto com o filho dentro do tumulo
Vários morre cedo, a maioria é de imbalo
É foda, é moda, tem que ser sanguinário
13 anos já tá pronto pra matar, nem sabe porque
Sobe, vai pra fita na garupa da rd
Na hora de sentar o dedo, na mãe ninguém pensa
Sem dó, misericórdia, o calibre dá a sentença
Raras vezes arrependimento em quem matou
Quem morre, morre, o sofrimento é pra quem ficou
Quem matou, num sabe nem porque matou
E quem morreu, num sabe nem porque morreu
E quem matou, matou, herói virou
E quem morreu, morreu, num volta, fudeu!
Crânio furado de um filho que vai
E sobre o seu caixão outra lágrima cai
E a certeza que não volta mais
E a guerra segue exterminando a paz
Aperta o peito, vixi dá um nó na garganta
A mãe gritando
Filho, meu filho levanta!
Levanta nada, tá no caixão é sem chance
Deus dá a segunda chance
Mas tem vez que é sem revanche
Avalanche, só má notícia que nóis recebe
Meu povo tá no pinga fogo, num tá lá na hebe
Dando entrevista algemado, mais um homicídio
É pobre matando pobre, num é rico matando rico
Como eu queria, queria cantar alegria
Mas só vejo arma, droga, sangue escorrendo na guia
Moleque matando na cara dura, foge dos homem
Só com as Glock mete ficha sonhando em ser al capone
Crânio furado de um filho que vai
E sobre o seu caixão outra lágrima cai
E a certeza que não volta mais
E a guerra segue exterminando a paz
Barato é foda memo, por mixaria se mata
Um tempo atrás soltava pipa, hoje o brinquedo é as arma
A ambição faz esquecer que os bagui num é fácil
Sem colete, nem super-homem tinha o peito de aço
É isso memo, vai explode os crânio memo
O diabo atenta, o sofrimento é pras mãe no 2 de novembro
Meu Deus do céu num queria ninguém sentir na pele
Dia das mãe ganhar de presente o filho no iml
Infelizmente chove bala, mãe chora, miolo espalha
É lei da selva, cada um por si, chicote estrala
Lei das quadrada, quem pode mais chora menos
Quanto mais arma na mão dos moleque, mais enterro
Mais desacerto, mais velório, mais sofrimento
Mais ódio, mais saudade do filho que foi mais cedo
É tanto mais, que cê vê bem, é prejuízo
Menos guerreiro igual a mais choro e menos sorriso
Crânio furado de um filho que vai
E sobre o seu caixão outra lágrima cai
E a certeza que não volta mais
E a guerra segue exterminando a paz
Compositor: Adriano Marques Ferreira