Eu ouço o barulho de chuva longe e vagamente

Há um leve calor

Numa doce e modorrenta tarde

Diante de meus olhos, de repente, hortênsias balançam

Um vento úmido sopra tocando minhas bochechas

O juramento deixado numa sala azul

Dá voltas dando gargalhadas em meu peito vazio

A nossa promessa era muito vaga

A eternidade foi calmamente sepultada

Eu me afogo em tranqüilas lembranças

Que parecem até molhar a vidraça da encharcada janela

Um sossego pálido e congelante

Eu decepei o mindinho, que me unia tão forte à você

A minha transbordante fraqueza é que te esmagou

Nos vestígios, uma sobreposição de fragrâncias de

indigo

Hortênsias, suavemente, se espalham pela chuva

Hortênsias que germinam, do mesmo jeito que fizeram

aquele dia

Eu tremo na chuva

Como se me rendesse

E vou continuar cantando para sempre

Por isso, por favor, continue a rir de mim

E de jeito nenhum me perdoe

By Rapha(Kaya)