Kayke Mello
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De Uma Outra Mão

Kayke Mello


O tempo que tudo muda
Não teve dó, nem perdão
Cegou o velho e a faca
Sem nem fazer distinção

Quem muito carneou na vila
Capão gordo pra o municio
Hoje repousa em silêncio
Afastado do ofício

A faca beijou a pedra
Ganhando nova visão
O velho buscou esperança
Rezando a sua oração

Dias desse, não faz muito
No rancho do seu Clarindo
Desmanchava um mocho pampa
Com a carneadeira luzindo

Sorriso de boca inteira
Gostava sim da função
Saltava antes dos galos
Nos dias de carneação

Se a faca beijar a pedra
Afiada terá valor
No entanto não há remédio
Para o velho carneador

A faca seguirá inerte
A espera de outra mão
Que lhe mostre o rumo certo
Nos dias de carneação

Compositores: Caique Alcantara Mello (Kayke Mello), Juliano Costa dos Santos (Juliano Santos)
ECAD: Obra #29010015 Fonograma #31972117

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