Coió de primero pensava ser bicho Não tinha sustança, passava aperrêI Um nó no vazi, sem luz um espêi Juntava bregueço e morava no lixo Na testa a mizera ferrou um capricho Levava no lombo sem lenço ou rudia Magava a cacunda. repare a relia Ganhou a pilide coió-abestado Com tanto apetrecho era arremedado Cadiquê porquêra moiada fedia
II Catinga, inhaca, murrinha, sintina, Baci e coió a camin da fêra Catota e remela juntando poeira Ontonte vexado mudou sua sina Coió, de veneta, lembrou da menina A fia que deu a maria rezadeira Na lapa do mundo chispou na carrêra Torano mascate e mourão na titela Deu fé que o juízo abriu a cancela Cába da mulesta sumiu na ladeira
III Condo da mundiça coió capou gato O povo acunhou fogo na reborréa Tentano cinzar na cachola as ideia Quemou roupa vêa, foquite, sapato Maldano mermá a raíz desse fato Rezou pra lá fora bater caçuleta Em riba da brasa butaro ar muleta Cabá infincaro uma cruz no subejo Destá que o destino carece cortejo Pois porta a justiça, razão, baioneta
IV A vida meêra daquele arrebó Atáia seu tópi praquele currá Porque na fazenda maria aguiá Morava a donzela joana carol Mais bela que flor, mais clara que sol Nos trinque, sem medo, sem fome, sem pai Muntada a cavalo na tarde ela sai No mêi do camim o pordo refuga O mundo nó-cego, malino fêi ruga Da sela no lado do páia ela cai
V Joana relada no chão desapêa Acorda no tombo um véi sonolento, Faminto, breado, de vera, nojento Sem-eira-nem-beira na terra alheia No coração dela o instinto parêa Percebe passar o fasti de amá Lembrou da promessa de localizá O imbigo incardido que maria deu Pois inda pequena no mato perdeu Na mão do fedido já pode avistá
VI O pai com a fia chorano se abraça O pranto correno lavou o passado Coió cum destreza foi logo cuidado Ganhou roupa nova, morada de graça Espie a justiça cuma fai pirraça: Com a rezadeira indoje é casado Amode alembrá um golin do passado Vortô ao lugar que fincaro a cruz Cavô pra rancar, meu sinhô, por Jesus, Achou uma arca de ouro enterrado.
VII Virou um ricaço, juntou sua prole Pissue os terreno onde os ói arcança Acolhe idoso, ajuda criança Ninguém mais intica, se ri ou lhe bole Comprou um triângo, zabumba e fole Discança tocando na rede, na istêra Hoje é cortejado inté in mei-de-feira Quem era o magrelo coió abestado Por cima das cinzas ergueu um sobrado Museu coronel inácio oliveira.