Lá no Sertão no "Vale do Moxotó" A roça "tá" seca e a água escassa O inverno já veio, porém não molhou nada A cacimba não jorrou e o gado "tá" morrendo
O anum vai piando mais um pio de agouro E a beata na capela vai rezando ao "Padim"
"Meu Padim" fez uma "viage" E "deixô" meu Sertão tão "sozim"
Sertão, terra de homens de fibra E mulheres bonitas Um solo tão sofrido e cantado Na canção do nordestino
Um homem tão forte não pode abandonar Seu berço eterno por falta de chuva
De noite sempre vejo lá na serra A lua cheia tão meiga De folheto de cordel O céu, o mel do sofredor
O céu, o mel do sofredor
Um moço tão bravo não deve aceitar As tais explicações dos problemas do Sertão
Mais um braço "tá" saindo lá "pro" Sul Esse corpo mergulhado em tempestade Vai formando arrecifes encravados No peito bem alto em São Paulo
Compositor: Lailton Jose Santos de Araujo (Lailton Araujo) ECAD: Obra #108688 Fonograma #447901