Larissa Delsanto

Mulher Preta

Larissa Delsanto


Me diziam: "ei vocĂȘ vai ser o quĂȘ? "
Me ensinavam a desejar ir pra Tv
Preta pobre vai dançar o balancĂȘ
Ser juĂ­za ta bem longe de vocĂȘ

Me podavam, nĂŁo me deixavam crescer
A todo custo tentavam me embranquecer
Guanidina, "formoliza", vĂȘ se passa um henĂȘ
Queriam tudo menos me reconhecer

Eles faziam chacota com black
Na escola eles pintavam o sete
Professora omissa ria dos moleque
Reflexo social, verdadeiro mate-xeque

Projetaram minha imagem distorcida
Me viam nula quando eu jĂĄ era Frida
Me pisaram, me humilharam, me tiraram da lista
Quanta ingenuidade, me fizeram feminista!

O céu do céu não é o limite
Jogo pra ganhar, vĂȘ se nĂŁo duvide
Sd, origem, eu jĂĄ to no pique
Preta de outras vidas, I'm brazilian bitch

De vielas, favelas, vim representar
Ludmilla, Beyoncé, Minaj, Conkå
Delsanto e seu bando com sangue no olho
Telepata da rima, fechado com os lobo

4p bolado, to nas internĂȘ
Do youtube ao rĂĄdio, ou no Mais VocĂȘ
A preta tomba mesmo, Ă© pra tu saber
Honra pra quem Ă©, nem vem se crescer

Now let's get in formation, arrepia, sensation
Preta ostentation, go to money station
I'm a goddess criation, um salve Dandara
Acelera o passo, se nĂŁo o bonde passa

"A todo tempo querem me fazer chorar
SĂł oque eles querem Ă© me fazer atrĂĄs voltar
Se pro céu eu não for, o inferno erguer eu vou
Fazer de império o féu que quase me matou"

Eles riem de mim, falador Ă© assim
Fazem plantĂŁo na encolha pra falar mal de mim
NĂŁo vim aqui a toa, nĂŁo to de brincadeira
NĂŁo sou morena fraca, aqui Ă© mulher preta!

ResistĂȘncia, "no" grelomolecĂȘncia
Mantendo a essĂȘncia, criando tendĂȘncia
É marrenta, perdeu a inocĂȘncia
Tornando influĂȘncia, toda advertĂȘncia

Em ser o que Ă©, cĂȘ sabe qual Ă©?
NĂŁo sou sua empregada nem sua mulher
Todas essas sinhås eu jå botei no pé
Força de Iansã, que guia minha fé

Queriam uma bela, recatada, do lar
E na Casangrande a cozinha ocupar
Hoje sou motivo da sua audiĂȘncia
Delsanto no topo mostre reverĂȘncia

Voando alto pela city no G6
Chanel, Victoria, Lancome e a Nix
Eles bolam quando a preta muito consome
Traz os malote, os rap, os groove, Ciroc e o meu homem

SĂł oque eles querem Ă© me fazer atrĂĄs voltar
Se pro céu eu não for, o inferno erguer eu vou
Fazer de império o féu que quase me matou

SĂł oque eles querem Ă© me fazer atrĂĄs voltar
Se pro céu eu não for, o inferno erguer eu vou
Fazer de império o féu que quase me matou

Compositor: Larissa de Souza Santos (Larissa Delsanto)
ECAD: Obra #24975586 Fonograma #14273127

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