A vida seria bem melhor Não fosse a fatal revelação O tempo, fotógrafo maior Realça o real e a ilusão Passado, presente e porvir São notas que fogem da canção A gente deixou escapulir Nos dedos velozes da emoção
Eu vou cantar até o amanhecer A felicidade que há em mim Mas vou cantar com olhos de não ver Que o meu canto um dia vai ter fim
O sol é a lua de amanhã O mar é o rio que já foi A terra é promessa temporã Sem antes, durante nem depois Mas certa incerteza vai além Convence e acende o coração O medo da morte é quase um bem Que um dia levamos ao porão
Eu vou cantar até o amanhecer A felicidade que há em mim Mas vou cantar com olhos de não ver Que o meu canto um dia vai ter fim
A vida não para de doer Do grito primal à extrema unção Como um horizonte a se perder No verde fantasma do sertão E o tempo, fotógrafo maior Revela uma nova dimensão A vida é a morte ao meu redor Viver nunca foi morrer em vão
Eu vou cantar até o amanhecer A felicidade que há em mim Mas vou cantar com olhos de não ver Que o meu canto um dia vai ter fim
Eu vou cantar até o amanhecer A felicidade que há em mim Mas vou cantar com olhos de não ver Que o meu canto um dia vai ter fim
Compositores: Carlos Henrique Costa, Frederico Guilherme do Rego Falcao ECAD: Obra #18428626 Fonograma #15822258