“O romantismo rendeu versos ao gaudério e a história decantou bandeirantes mas foram eles, os birivas, que fizeram a integração destes povoados tão distantes"
João Miguel era tropeiro gastou a vida na estrada Levando mulada chucra do Rio Grande a Sorocaba Aprendeu nas arribadas que a sorte a gente é que faz Um biriva de vergonha não deixa mula pra trás
O facão sorocabano levado sem aparato O chapéu de abas largas as botas de cano alto O trajar era modesto, mas a mirada era altiva Subindo ou descendo a serra João Miguel era biriva
(Bota n'água esta madrinha, madrinheiro Que a tropa vai seguindo enfileirada Vou na balsa segurando o meu cargueiro Com as bruacas de paçoca bem socada)
Maria murchou na vida de casa e cabo de enxada Com um olho nas crianças e o outro fitando a estrada João Miguel virou lembrança na cruz à beira da trilha E Maria foi plantada lá no alto da coxilha
João Miguel era tropeiro, seus netos tropeiros são De esperanças mal domadas que desgarrando se vão A esperança madrinha segue na frente entonada E seu cargueiro de sonhos traz a bruaca lotada
Compositores: Nilo Bairros de Brum (Nilo Brum), Leo Gomes de Almeida (Leo Almeida) ECAD: Obra #192860 Fonograma #28386