-Eu sou o Buck Sarampo! IHUU! Vendeiro, ligue o rádio depressa que quero ouvir um poco de futebol.
-Si-sim senhor, eu já vou ligar, já vou ligar.
-Vinte e três minutos de partida, etapa complementar, zero para o Santos, zero para a sociedade esportiva palmeiras. Bola recolhida por Clodoaldo da equipe da Vila Belmiro. Fintou Adudu, fintou Ademir da via, abriu para Pelé, entregou para Dicá, voltou a bola com Pelé na entrada da área, passou pro Luis Pereira, fintou Eurico, chamou Leão, prepara o chute, aponta para o aro, partiu é GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLL!!
-Quem é que está jogando aí hãn?
-É o Santos e o Palmeiras.
*tiro tiro, crash*
-O senhor quebrou meu rádio! Mas por quê fez isso?
-Quebrei porque sou corintiano, hihái.
Buck Sarampo era um cara meio doido, sempre andava procurando confusão. Ele vivia somente do seu revólver, matar os outros era sua profissão.
-Me dá quatro pingas depressa.
-Mas o senhor está sozinho, uma pinga só não chega??
-Eu quero quatro, entendeu?
-Está bem, está bem, aí estão as quatro pingas. Pode beber! Uma, tá aí, duas, três...quatro...
-Êh trem gostoso sô. Quando que eu devo pagar pelas pingas hen?
-É...só quatro cruzeiros.
-Eh então me dá o troco.
-Mas que troco? O senhor ainda não pagou.
-Não paguei, mas ano que vêm vou lhe pagar. E vou lhe pagar com uma nota de cem cruzeiros, tá legal?
-Está bem, está bem. Aí está o troco.
-Ehnn, e agora vou lhe dar um cacete tá bom?
-Não brinca.
-Vou sim.
-Não.
-E lá vai o braço!
-Não não seu Buck, tenha dó de mim, eu sô pai de filho.
-Não, lá vai o braço! Vai vendo! Lá vai! -Não não não!
*sons de alguém apanhando.*
-Seu Buck! Seu Buck! Eu sou a Dona Gigi! Esse aqui é meu esposo! Ah se eu fosse viúva me casaria com você agora mesmo!
-Esse aí é seu esposo?
-É sim seu Buck.
*tiro tiro tiro grunhido*
-Pronto Gigi. Você já é viúva.
Buck Sarampo não sabia o que era medo. Era valente, era mesmo uma parada. Ele matou o seu próprio endereço, ninguém sabia onde o Buck morava.
*passos*
-Buck Sarampo, viemos aqui para te matar.
-Matar-me? Quem são vocês?
-Eu sou o terrível Juvêncio Cachumba, e esse é meu filho famoso Varicela.
*tiro tiro*
-Pronto. Tombô a varicela e desceu a cachumba. Hahái!
*passos*
-Buck Sarampo, mim vai acabar com você.
-Acabar comigo? E quem é você?
-Mim ser filho do cacique touro sentado.
-E qual é o teu nome índio?
-Mim chamar Faca Direita.
*tiro tiro*
-Pronto, entortou a faca.
-Buck Sarampo, você está preso.
-Preso por quê?
-Porque eu sou o delegado da cidade. Jogue a arma no chão. Nada de truques senão você morre!
-Bem delegado, eu vou para a cadeia, mas no dia que eu sair, você me pagará.
-Pagará coisa nenhuma, você vai sair da cadeia pro cemitério. Vamos vamos!!
-Ô diacho!
Assim termina essa história minha gente. Buck Sarampo já não é mais valentão! É esse o fim de todo cara que é valente! Vai pro cemitério ou então para a prisão.
Compositor: Leonildo Sachi (Leo Canhoto) ECAD: Obra #176018 Fonograma #941025