Léo Canhoto e Robertinho

Buck Sarampo

Léo Canhoto e Robertinho

Luar Do Sertão: Léo Canhoto & Robertinho vol. 2


-Eu sou o Buck Sarampo! IHUU! Vendeiro, ligue o rádio depressa que quero ouvir um poco de futebol.

-Si-sim senhor, eu já vou ligar, já vou ligar.

-Vinte e três minutos de partida, etapa complementar, zero para o Santos, zero para a sociedade esportiva palmeiras. Bola recolhida por Clodoaldo da equipe da Vila Belmiro. Fintou Adudu, fintou Ademir da via, abriu para Pelé, entregou para Dicá, voltou a bola com Pelé na entrada da área, passou pro Luis Pereira, fintou Eurico, chamou Leão, prepara o chute, aponta para o aro, partiu é GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLL!!

-Quem é que está jogando aí hãn?

-É o Santos e o Palmeiras.

*tiro tiro, crash*

-O senhor quebrou meu rádio! Mas por quê fez isso?

-Quebrei porque sou corintiano, hihái.

Buck Sarampo era um cara meio doido, sempre andava procurando confusão.
Ele vivia somente do seu revólver, matar os outros era sua profissão.

-Me dá quatro pingas depressa.

-Mas o senhor está sozinho, uma pinga só não chega??

-Eu quero quatro, entendeu?

-Está bem, está bem, aí estão as quatro pingas. Pode beber! Uma, tá aí, duas, três...quatro...

-Êh trem gostoso sô. Quando que eu devo pagar pelas pingas hen?

-É...só quatro cruzeiros.

-Eh então me dá o troco.

-Mas que troco? O senhor ainda não pagou.

-Não paguei, mas ano que vêm vou lhe pagar. E vou lhe pagar com uma nota de cem cruzeiros, tá legal?

-Está bem, está bem. Aí está o troco.

-Ehnn, e agora vou lhe dar um cacete tá bom?

-Não brinca.

-Vou sim.

-Não.

-E lá vai o braço!

-Não não seu Buck, tenha dó de mim, eu sô pai de filho.

-Não, lá vai o braço! Vai vendo! Lá vai!
-Não não não!

*sons de alguém apanhando.*

-Seu Buck! Seu Buck! Eu sou a Dona Gigi! Esse aqui é meu esposo! Ah se eu fosse viúva me casaria com você agora mesmo!

-Esse aí é seu esposo?

-É sim seu Buck.

*tiro tiro tiro grunhido*

-Pronto Gigi. Você já é viúva.

Buck Sarampo não sabia o que era medo. Era valente, era mesmo uma parada.
Ele matou o seu próprio endereço, ninguém sabia onde o Buck morava.

*passos*

-Buck Sarampo, viemos aqui para te matar.

-Matar-me? Quem são vocês?

-Eu sou o terrível Juvêncio Cachumba, e esse é meu filho famoso Varicela.

*tiro tiro*

-Pronto. Tombô a varicela e desceu a cachumba. Hahái!

*passos*

-Buck Sarampo, mim vai acabar com você.

-Acabar comigo? E quem é você?

-Mim ser filho do cacique touro sentado.

-E qual é o teu nome índio?

-Mim chamar Faca Direita.

*tiro tiro*

-Pronto, entortou a faca.

-Buck Sarampo, você está preso.

-Preso por quê?

-Porque eu sou o delegado da cidade. Jogue a arma no chão. Nada de truques senão você morre!

-Bem delegado, eu vou para a cadeia, mas no dia que eu sair, você me pagará.

-Pagará coisa nenhuma, você vai sair da cadeia pro cemitério. Vamos vamos!!

-Ô diacho!

Assim termina essa história minha gente.
Buck Sarampo já não é mais valentão!
É esse o fim de todo cara que é valente!
Vai pro cemitério ou então para a prisão.

Compositor: Leonildo Sachi (Leo Canhoto)
ECAD: Obra #176018 Fonograma #941025

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